Que por um corte no dedo, um dia chorou
Frágil, pequenina, achava que ia morrer
A mãe, assustada, socorreu-a
Fez os curativos e tentou acalmá-la.
Espasmos, cortesia bruta
Vida inda, crescente
A comida da mesa com mimos
A regrada monotonia dos dias
O surto do calar antes de dormir
O êxtase demasiado agonizante
Tempo passa, do calor aos dias frios
Corre depressa, levando a inocência ninfal.
Juventude verde, repentina
Floresce no frescor macio da pele
Ao som do rock drop, despertou a vadiagem
Leviana, fugia da solidão maléfica
Indo parar nos botecos fora da criação mesquinha
Incontida, saiu dos domínios da mãe
Entregou-se sem saber amar.
Esquivou-se de seus bons modos
Já não era a aparência frágil de quem chora por um dedo cortado
Mas a vi, tão solitária e deprimente.
Nas andanças da banda triste
A barriga crescendo, o rosto encolhido
Sim, a fragilidade disfarçada de quem perdeu a alma
Dani R.F.
Dani R.F.
Pintura de Gustav Klimt. "Hope" (1903)
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