segunda-feira, 20 de julho de 2009

Juventude Verde

Avistei aquela menina
Que por um corte no dedo, um dia chorou
Frágil, pequenina, achava que ia morrer
A mãe, assustada, socorreu-a
Fez os curativos e tentou acalmá-la.

Espasmos, cortesia bruta
Vida inda, crescente
A comida da mesa com mimos
A regrada monotonia dos dias
O surto do calar antes de dormir
O êxtase demasiado agonizante
Tempo passa, do calor aos dias frios
Corre depressa, levando a inocência ninfal.

Juventude verde, repentina
Floresce no frescor macio da pele
Ao som do rock drop, despertou a vadiagem
Leviana, fugia da solidão maléfica
Indo parar nos botecos fora da criação mesquinha

Incontida, saiu dos domínios da mãe
Entregou-se sem saber amar.
Esquivou-se de seus bons modos
Já não era a aparência frágil de quem chora por um dedo cortado
Mas a vi, tão solitária e deprimente.
Nas andanças da banda triste
A barriga crescendo, o rosto encolhido

Sim, a fragilidade disfarçada de quem perdeu a alma

Dani R.F.

Pintura de Gustav Klimt. "Hope" (1903)

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