segunda-feira, 1 de junho de 2009

Palavras reprimidas


Ah, quanto me resta dizer o que nao consigo!
Palavras que tentam sair da boca como náuseas
e depois fazem seu vai-e-vem
embrulhando todo o estômago de piruetas,
e dançam seguindo o ritmo da valsa,
agitam como as moléculas que sofrem a colisão: bummmm!
explodem!


Mas as palavras ficam mutiladas em pequenos pedaços do corpo,
espalhando-se nesse vasto verde montanhoso.
Viram figuras de interferência,
com rabiscos multicoloridos,
rangendo contra as quatro paredes.
Mesmo aquelas que são vomitadas no vaso
fundem-se com a água espumante...
embaralham-se!


O que vou eu dizer a ti?
mente confusa querendo algo dizer?
Estão em toda parte...
na gaiola junto com o canarinho branco,
no porão junto com a cadela no cio,
na mesa, no banheiro, dentro do carro, no bolso da calça...
em toda a parte e nao consigo arrancá-las!!

Perdoe-me se for asneira,
mas terá que me perdoar mais ainda
se falar eu nao conseguir,
enfim, as palavras continuam vagando aí
como esses seres mundanos...
Estão perdidas, simplesmente!
Dani R.F.

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