segunda-feira, 29 de junho de 2009

O Bêbado

Um vulto sai do nada
É a figura de um bêbado
Vestido como maltrapilho
Escuro em sua imundície.

O odor alastra por onde passa
O cheiro desagrada os cachorros
Como uma carniça viva
Que está pronta para o abate

Seu andar tortuoso
E os olhos que se embaraçam
Buscam a linha reta
Que se desequilibra e engana

Com as mãos, busca o apoio
Tocando no vazio
O bêbado cai anestesiado
E com dificuldade, levanta-se.

Continua em passos tortos
Para lá e para cá
Abanando as mãos
Abandonado no meio da rua

De repente, a ladeira
Atraente, mas traiçoeira,
Ela convida-o a subir devagar:
“Venha alcançar o céu, querido.”

O bêbado baba de felicidade
Seu hálito etílico vira perfume
A ladeira estende suas mãos
Para o destino do indigente

Ele sobe, sorrindo
Ao levantar suas mãos
O bêbado desapoia da parede
E cai no chão, desacordado.

Com a cabeça no chão
O sangue escorre fresco
A noite encobre-o com seu frio
E no meio da rua, ele morre.


Dani R.F.

Nenhum comentário:

Postar um comentário