domingo, 24 de abril de 2011

Mesmice



Cabelos ondulados levemente tingidos
Versava alguma poesia que não ousasse dizer

O “nó da garganta” deslizando em seus dedos
À espera do dito que a ela foi negado

O passo e a sandália abotinada nos pés
As unhas refeitas para serem esquecidas

E ficou entre um átimo e a semi-insanidade
Criando o seu tempo de trás para frente


A noite presente na ausência de corpo
O vício sustentado pela cobiça de fuga

Os trajes despidos, a carne branca e nua
O desejo contido em toques de mão fria

E ficou entre um átimo e a semi-insanidade
manipulando o seu tempo de trás para frente

Dani R.F.

4 comentários:

  1. Perfeito.

    Como já deve ter percebido, eu não sei fazer comentários muito expressivos...

    Mas eu adoro seus escritos.

    Você é exata.

    E esse foi perfeito.

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  2. Muito boa poesia, contemporânea e intimista inda que expressiva na objetividade, parabéns pelo espaço e pelos versos poetisa,

    um cordial abraço.

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  3. que àquele calo na garganta não mais se tenha | se há deslizes, que sejam entre dedos e cabelos | que o tato seja quente na pele fria | que seja sã em mundo louco.

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  4. Marisa e luiz, obrigada pelos comentários. Sejam sempre bem-vindos!

    White frontier, que sua poesia continue a se fazer presença neste pequeno espaço de versos insanos ;)

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