terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O Sofá


Um quase-luxo
Um pequeno descuido.

O assento digno do sofá
Servia obediente às bundas
Fedidas, cheirosas,
Gordas, magras
Lisas, peludas
Esculpidas ou com celulites

Da chegada à visita
Uma preguiça crônica
Um descanso do cansaço
Cabeças imbuídas de imagens televisivas

No centro do pomposo sofá
Uma mancha imperceptível
Coberta pelas nádegas

Era ele, o sofá
ora servido ao deleite dos prazeres
ora servido ao social de acomodar as bundas

Dani R. F.

2 comentários:

  1. Que triste sina, esse trabalho de receber as nádegas alheias.

    Sempre achei muito interessante o que escreves. Adoro ler seus poemas. Ah, esqueci de dizer, sou a Sam da comunidade Juventude Clichê.
    Fiz um blog novo. Não é de poesias, nem de assuntos pessoais. É mais sobre críticas, divulgações, divagações, teorias, e o que vier na telha.
    Vou favoritar seu blog.
    beijos.

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  2. Horas! quantas funções para uma peça singular, talvez seja semelhante as Flores "pois nela existem diferença de sorte, umas enfeitam a vida outras enfeitam a morte"

    braços

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