O jornal da banca anuncia
estampada na primeira capa
a morte da égua atropelada
seu dono e velho amigo
vindo lá dos canaviais
chora a morte, estarrecido.
E como se não bastasse o triste fim
como se não bastasse
o sofrimento
daquela gente
dos canaviais
dias depois
um caminhão carregado de cana
cruza de frente na terra da estrada
e o homem tem sua cabeça decepada
Na notícia do jornal
eu pergunto àquele senhor
dono da banca
que vende ilusões
que vende a desgraça
e o tédio cotidiano:
Onde foi parar a poesia
da tragédia daquele camarada?
Dani R. F.
Lembrou o poema do Bandeira: "Poema retirado de uma notícia de jornal". Principalmente o final. Ele pega a desgraça exposta num jornal e tira dali "a poesia da tragédia daquele camarada".
ResponderExcluirOlá Bruno,
ResponderExcluirEssas semelhanças não são meras coincidências. Ainda mais como fã e leitora do Bandeira que sou. Pode remeter sim a esse poema que você citou e o "Tragédia Brasileira". Na verdade, esse acontecimento foi real e noticiado nas manchetes com a costumeira objetividade de sempre.
Obrigada por comentar.
Abraços
'a dor da gente não sai no jornal..'
ResponderExcluir=/