terça-feira, 9 de agosto de 2011

Seda de Papel

Toulouse-Lautrec

Invento um desafio de colocar linhas em
meio fio de papéis. Linhas incongruentes
de palavras que não mentem
com os minutos contados
     em minúcias.
E o leve desabrolhar de seda rasgada
que atravessa essas linhas do corpo branco, liso,
em que as mãos afagam
                    e afogam.

Amacio, amasso as folhas de papel almaço
                                        e não desfaço.
Me aproximo e toco o seu corpo
coberto de linhas salientes.
Enfeito as palavras que passeiam levemente
nas curvas montanhosas da Mantiqueira do seu corpo.
                                       Quer queira, quer não,
                                   ofereço essa composição
tingida de papéis brancos que se misturam ao
corpo quase morto.

E os minutos passam,
deixam
os papéis nos bordéis,
a seda rasgada,
o branco no corpo,
agora já amorfo,
      sem amor. 

Dani R.F.

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