I
de gole
em gole
vai embora
o meu amor
engole
do bico
já que
não peço
nem fico
II
Chorou até cansar
Sentiu na face o desprezo
do tão-pouco-amor desfeito
III
Irradiou beleza e ferida
e foi ali na esquina
que foi encontrada vestida
de casaco e anestesia
IV
Me pare na rua
me faz ser de conta sua
só de conta
no vermelho
que me devolvo-lhe
ainda nua
V
Ouvi dizer que amores partidos
fazem versos e poesias
no gole,
no desprezo,
na esquina,
no faz-de-conta
Mas só encontro lamúrias
declamadas em demasia
VI
Vou embora, amor
vou fazer verão
mas não se preocupe
que ainda aqui
eu deixo uma flor
Morrer!
Dani R.F.
"Vou embora fazer verão, não se preocupe comigo, mas aqui ainda deixo uma flor, morrer."
ResponderExcluirComo sempre, adoro as coisas que você escreve. Das pessoas que escrevem que eu "conheço", você é uma das melhores, e tem vários dos seus escritos no meu "acervo" de favoritos.
Isso que escrevi ali em cima, apesar de ser o final, o que não podia ser menos decisivo, foi a parte que mais gostei, aí reescrevi assim.
Queria te pedir permissão pra usar essa frase num desenho e poema (hai kai), e também queria saber se posso usar o poema todo pra fazer um curta, provavelmente uma animação.
Assim, não é pra agora, talvez demore um tempo, mas juro que, quando ficar pronto, te dou uma cópia, e também não farei nada que você não queira com teu escrito.
Pensa bem, depois me diz o que acha. :)
Beijos, Marisa at
É difícil ir embora, ou quando pensamos... não conseguimos ir sem antes preparar a composição de uma flor
ResponderExcluirAbraços