sábado, 11 de setembro de 2010

Adultério

Noite fria, movimentação intensa. Em cada canto, um bar rodeado de pessoas efusivas. Em meio aquela neblina que ofuscava a noite, um olhar rasgado passou por ali. Dois olhos e um anseio. O outro que os observou, seguiu obediente a sua intuição noturna. Era ela, a dona daqueles olhos convidativos. “Você!”. Murmurou o rapaz ainda pouco cegado pela bruma. A mulher caminhou indiferente, afastando-se de qualquer olhar suspeito e impôs a sua graça perante a fragilidade da noite cinza. O que ela queria era apenas um gozo e um bocado de amor que foram esquecidos durante sua vida conjugal: “Os rapazes não me servem, o que eu quero não existe!”

Na realidade nua, desconhecem o amor.
Eles só almejam um pouco de ostentação e luxúria,
Mas cultivam entre si o amargo-doce do cotidiano...

Dani R. F.

Um comentário:

  1. Muito bom, hein!
    Sempre com as palavras certas nos textos certos.
    Não suma, Dani!
    ;*

    ResponderExcluir